sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

o primeiro dia do amor foi quando morri

lembras-te quando disseste que ele ia voltar incerto,
ou alguém ia aparecer decerto?

a minha vida é uma fantasia fechada e ainda mais que isso, papéis escritos de coisas que não consigo viver. o amor está inscrito em cada coisa que vejo ou falo. só falo do amor, que é a minha maior fantasia...e eu ainda não a consegui viver. sou uma fada que voa pelo mundo, apanhando todos os sorrisos do chão...e a vida é uma questão de segundos, somos quase corpos mortos prontos a derramar sangue pelos olhos. hoje sangro, enquanto oiço a música da vida a derramar-me no corpo. Vejo tudo o que não vivi, e choro. Toco em todas as pessoas que não encontrei, e abraço todos os desencontros que tive.
Peripécias, foguetes, bombas de lama nos corpos nus. Porquê?
E as coisas...aquelas que, tantas coisas...
E eu, que deveria estar em primeiro, eu que sempre pensei que tudo aconteceria por uma razão...sempre diferente...mas é sempre a mesma...a razão que é estar incerta mas certa,
 de que ainda existe amor?

E quando inspiro doí-me o peito do fumo sem jeito das cidades ou das árvores que já não respiram,
entrei agora no jardim do amor, onde pedi a todos os pássaros para me levarem com eles,
eles deram-me asas e penas, e fugimos pela chuva, juntos como um só.

Foi nesse dia que morri, e foi nesse dia que conheci o amor.

Sem comentários:

Enviar um comentário