terça-feira, 15 de julho de 2014

não sei se no céu ou no mar

Num segundo, tudo se embala e ainda de olhos abertos vêmo-nos sólidos. Já não sabemos distinguir o céu do mar ou o mar do céu, mas ainda deciframos juntos a beleza de ambos, porque é uma beleza conjunta e tão distante...Equivalem um do outro e são um do outro. São espelhos reflectores.
De repente, sentimos o movimento da terra em movimento retrógrado, os pássaros que vemos começam a voar de maneira diferente, as árvores embalam-se noutro sentido contra o vento. Mas ambos resistem. Nós, que estamos a subir para uma espécie de montanha no alto, vemo-nos confusos, e estamos prontos a cair. De repente os braços desenlaçam-se os olhos apagam-se e a alma solta-se em movimento livre. Chegamos à parte em que ambos morremos. Porque sei que morri, eu não te via mais, via outra coisa qualquer que não tem nome. Só queria ter descoberto se no céu ou no mar, onde foi que morri...


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