terça-feira, 1 de abril de 2014

Olho para o espelho e vejo te a ti, no fundo do vidro embaciado.
O meu olhar torna-se o teu.
Recordo-me de ti, quando me fitas com os olhos do mar, como duas sentinelas brilhantes quando a luz choca contra os pedaços de água salgada,
és tu.
És tu que sou eu, ou és tu quem eu vejo invés de mim.
Porque o espelho não tem imagem nenhuma,
Porque nada do que aparece no espelho existe de facto em qualquer lado,
Porque tudo o que vejo no espelho não são as coisas que existem,
mas sim o que é preciso ver nele, que não se vê em lado nenhum.

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