terça-feira, 29 de abril de 2014

Luz encoberta

Sobre quando o vento passa, suspiro.
Tantos espíritos sem corpo voam. A fragrância dos cheiros.
O medo do coração a bater instantaneamente.
E agora, quando o caminho ainda não é caminho, e quando os passos ainda não são pés...
A alma destapada de lençóis. Corpos indecisos e tantas almas certas...
Sei que apareces na certeza, de certeza que agora apareces.
O vento suspira. Ouves ou Sentes?
A capacidade de saber viver sem rumo, porque todos os rumos são incertos com o tempo. E agora há tanto sol que repugna a beleza às faces. A vista, o sensível.
De novo, levanta-se a solidão, e a chuva acorda.
São os pingos do sofrimento encoberto. São as marés do céu a quererem desabrochar. Os desertos do apego que quase chega cedo...
Eles rapidamente chegam, e rapidamente o fim resolver ter outro inicio. Por isso agora já não te vejo.
 Agora olho uma árvore apenas, em tons de outono com a luz encoberta, a estranha luz encoberta de Lisboa.
E é impossível o coração alguma vez ser dado alguém senão a nós.
A realeza de não ser nada.
Em todas as pinturas que penso ou pinto vejo pensamentos dispersos. Vontade invulgares. Mas não me limito,
Apenas revejo em cores o meu sofrimento de ser.

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