quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

estou sentada frente à lareira das coisas vãs,
o fogo arde e tenta queimar a solidão
como aquece as almas frias de poder
estúpido poder que é conseguir amar sem dar a mão
fugir a dois numa fuga emocional
o mundo perde-se e nós vamos com ele
perdidos sós,
quando conseguiremos viver sós e felizes?
arde arde queima
a madeira desfaz-se e as chamas florescem como flores
queria dar-te a mão neste dia de quarto minguante
acompanhas-me distante e ainda não sei onde estás tu
só e perdida,
quando conseguirei viver só e feliz?
viver é voar para depois cair
sonhar para acordar
da dor que se embala entre
os corpos que abrigamos
a lareira está mesmo à minha frente,
a queimar coisas...
talvez as indesejáveis sem prazer de se sentir.
o problema é que até o indesejável é prazeroso de se sentir,
sem solidão...

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