quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Raul Brandão

Morrer é não sentir, não ver, não ouvir, e o que custa não é perder tudo isto sempre igual, sempre a mesma coisa, deixar as pedras com que arquitectamos para além. Vede: a vida aborrece, mas cada um guarda no seu íntimo a secreta esperança de realizar não sei o quê...Muitas vezes nem se sabe...E se a ilusão cai por terra, morta e inerte, fica sempre a aspiração de sonhar, a raiva de tecer mais doirado...
As mesmas acções, as mesmas cores, direis vós...Cá fora é certo, mas dentro o cenário muda: o cenário está em brasa. Queres ser rei? Queres vingar-te?...Sonha!

1894
Raul Brandão A morte do palhaço e o Mistério da Árvore 

Hoje foi Ouvir o Silêncio a ler durante 45 min entre as paredes da António Arroio.


2 comentários:

  1. tudo bem contigo? tudo a seu tempo, mas ganhei medo de cair na desgraça.

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  2. no meu caso, escrever estava-me a trazer ansiedade. fazia-me esperar por coisas que nunca viriam. o blog tornou-se demasiado espaço público para quem nunca o devia ter lido, e por isso cada texto lá deixado eram lágrimas que mostrava a quem já nada sentia. não sei...talvez vá pondo algo. :s

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