Perder é nunca ter sido nada
Quando se vai, já não se volta
Mais que enterrado, alma morta
Tanto que fui, já nada sou eu
Perder é nunca ter sido
E o passado só sabe lembrar
Trazer nada traz,
se trouxer; Farás o que quiseres.
É triste isto, e tanto mais
De que valerá ser...
Se um dia sim, noutro jamais fui.
E a revolta é esta
do tempo que comanda a minha alma
Lá ele acaba, já estou eu noutra
E a outra acaba,
perco eu tudo,
fico eu sempre com nada.
Pois perder é deixar de existir
É deixar de ter,
É guardar a mágoa, ela há-de permanecer
pois então,
coisas já não são
O que algum dia foram
Morrem, mas existem
Já não em nós
Mas em outro qualquer
Que lá se quererá saber.
O que interessa é que: Coisas já não são, quando se perdem, nunca foram.
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